ar em movimento
Talvez por ser tão incerto, o vento seja a graça desse mundo vil. O frescor momentaneamente sorteado pelo destino, acalenta a atmosfera por meros três segundos. A terra se cala diante de tudo, sobrando o único som leve e fino do seu próprio ar, que de alguma forma vento tambem é.
A graça se põe em senti-lo, como se fosse ele o ultimo suspiro verdadeiro de uma terra que hoje já nao respira tão bem, os pensamentos se agitam e os olhos quase que automaticamente se fecham. O corpo sempre reage de forma inteligente, ja que ao fechar os olhos nós aguçamos outros sentidos, recuperamos visões antigas e criamos perspectivas complicadamente esponâneas.
Como num ritual, desesperadamente necessário...porem silenciosamente praticado, dentro de cada um. De uma forma soturna e despercebida o vento passa, e nós igualmente despercebidos evoluímos internamente sem saber que a cada vendaval, parte de nós se vai e outra se vem. Sem saber, estupidamente que o vento leva aquele pouco que sobrou, mas vigorosamente, trás tudo aquilo que a gente esquecia, ou que simplesmente fazia questão de nao lembrar.
depois de tudo isso, quando a professora do CA defini-lo como 'o ar em movimento' de uma forma humana demais pra ser verdade, balance o indicador e diga
"nao nao professora, é muito mais que isso...muito mais"